terça-feira, 10 de abril de 2012

Blogagem Coletiva - Páscoa em Jacarta

A sexta-feira santa e o domingo de Páscoa na Indonésia são ocasiões de alerta para as polícias locais. Depois do Natal, as festividades que lembram o sacrifício e a ressureição de Jesus Cristo agrupam grande número de indonésios católicos - minoria religiosa e alvo de possíveis ataques violentos. Para evitá-los, a polícia tenta proteger igrejas, embaixadas e locais turísticos (poucos, na verdade).

Este ano, 4.300 policiais reforçaram a segurança de 1.262 igrejas espalhadas por Jacarta. Eu nem sabia que existiam tantas assim! Em toda a província de Java (onde fica Jacarta), cerca de 8 mil policiais protegeram as igrejas de acordo com informações do jornal The Jakarta Post.

O que nos parece um contingente descomunal apenas para assegurar que as pessoas pudessem assistir às missas e comemorações em paz foi definido pelo jornal como um leve esquema de segurança! É que a capital e o país todo já foram alvo de ataques terroristas justamente durante comemorações cristãs.

A catedral de Jacarta fica em frente à maior mesquita do sudeste asiático.  Quase sempre o cenário é de tolerância religiosa.
Em 2000, várias igrejas foram bombardeadas na véspera de Natal, inclusive a catedral de Jacarta. Na Páscoa de 2011, uma bomba foi encontrada a cem metros de uma igreja nos arredores da capital indonésia e livros contendo explosivos foram enviados a quatro pessoas. Um homem-bomba explodiu numa delegacia de polícia. Segundo uma reportagem da CNN, além de ataques cometidos por grandes grupos já estabelecidos, a Indonésia também é local de crimes de terror realizados cada vez mais por pequenos grupos independentes que decidem fazer a jihad - guerra santa - com as próprias mãos.

É muito estranho saber que tudo isso ocorre por aqui porque as pessoas em geral parecem muito pacíficas e amáveis. De fato, a maioria é extremamente religiosa, mas é óbvio que a maioria é também pacífica, senão nenhum católico sairia tranquilamente exibindo seu crucifixo no peito ou indo a missas todo domingo. Só que há muita gente por aqui e nem todos devem ser tolerantes. Aquela velha história: tem sempre alguém querendo odiar alguém e descontar a raiva do mundo no outro. O diferente é o melhor alvo.

No nosso caso, como não somos religiosos, não fomos a nenhuma igreja. Assim como a maioria dos indonésios, aproveitamos o feriadão para descansar. Diferentemente da maioria, não viajamos e curtimos a cidade sem trânsito. Isso é tão raro!

Tentamos comprar ovos de chocolate. Encontramos apenas uns bem pequenininhos. Escondemos alguns pela casa e nos divertimos contando histórias inventadas de coelhinhos sapecas que espalham ovinhos dentro de brinquedos. O menino se deliciou e nós nos alienamos de todo o contexto religioso da ocasião.

Mais:
Leia matéria da Superinteressante sobre o significado da Páscoa e as diferenças em relação às comemorações judaicas da Pessach;
Leia matéria da CNN sobre os ataques na Indonésia durante a Páscoa em 2011;
Veja matérias do Jakarta Post e Jakarta Globe sobre as comemorações pacíficas em 2012 durante a sexta-feira santa e a Páscoa respectivamente;
Para saber como é a Páscoa em outros países, visite o site das Mães Internacionais.

5 comentários:

  1. Nossa Clarinha, que medo. Não sei se saberia viver em um país com riscos potenciais de bombas como aí, mas tudo isso é muito relativo, né?
    Aqui na Suíça até encontramos alguns ovos grandes, mas a maioria são pequeninos mesmo, mas com chocolates deliciosos!!
    Beijo grande, Ju

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  2. Eu queria ter ajudado o menino sapeca a procurar esses ovinhos que os coelhinhos deixaram por aí, mas o que eu adorei mesmo foi a história do "subis". Ri muito aqui, sozinha no meu canto. Depois fiquei meio triste porque o bom seria ver de pertinho as novidades esse danadinho inventa. O skype é bom, mas de pertinho é muito melhor.
    Beijos.

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  3. Clara,
    Nem imagina essa história e acontecimentos todos por aí. Que medo! Mas temos que acreditar e confiar num bem maior. Não é mesmo?
    Que bom que sua Páscoa foi tranqüila. Que curtiram em família.
    Beijos

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  4. Nossa...deu medinho!!! Não imaginava que uma celebração supostamente pacífica era motivo de alerta por aí!
    Melhor mesmo é ficar em casa e comer um montão de chocolate!! :-)

    Bjus

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  5. Gente, parece horrível, mas o dia a dia é bem tranquilo. Bem tranquilo mesmo. Como eu disse, há muitos católicos indo a missas sem problemas. Mas, como há também os extremistas religiosos, é preciso ter cuidado. Agora, a gente, que não vai a igreja, nem pensa nisso...

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