quarta-feira, 25 de julho de 2012

Blogagem Coletiva: Mãe de dois ou mais filhos



Duas crianças. Ou muitas crianças. Um mundo de fraldas. Nenhuma noite bem dormida nunca mais na vida. O fim da juventude finalmente escancarado em dores nas costas e olheiras profundas a cada novo ano de vida daquelas desgastantemente adoráveis criaturas. Quem não quer?

Os indonésios querem ou, pelo menos, não lhes envelhececm tanto os choros e as febres. Eles são os brasileiros de duas gerações atrás. Os pais dos nossos pais que tiveram muitos filhos, perderam alguns e seguiram na vida como quem segue com a boiada. Eu sou da roça e lá perde-se um boi, dois, mas a boiada chega a seu destino. Triste e custoso, mas é a vida de boiadeiro.

E aqui na Indonésia parece que tem muito boiadeiro na cidade grande. Em Jacarta, as famílias são numerosas. Mulheres têm o dever de cuidar do marido, dos muitos filhos e da casa e só trabalham se precisarem ajudar a compor a renda ou sustentar a casa.

Há algum tempo, a filha do nosso caseiro sofreu um acidente. Caiu numa piscina perto da casa dela. Acabou com sequelas que a impediram que falar e andar. O caseiro emudeceu das piadas habituais. Mas, depois de poucos meses, desistiu dos hospitais e resolveu seguir com um tratamento alternativo: nenhum! É a vida. Deus quis assim. "Deve ser porque ele gasta muito dinheiro à tôa, comprou coisas caras no mês passado e Deus viu tudo", condenou um colega dele.

A faxineira, que ganha muito mais que o marido, engravidou logo depois do casamento. Como vamos embora, vai ficar desempregada antes do nascimento do filho e adivinho que ninguém vai contratá-la com barrigão. Mas ela precisa cumprir logo o dever de ter muitos filhos esperado pelo marido e por todo mundo. Se a cria vai ter fraldas ou berço ou plano de saúde é outra história.

E eu, que quero ter um segundo e último filho e ainda peno com noites insones, penso nas rugas, nas olheiras, nas fraldas, no plano de saúde, nas febres, no mestrado que quero fazer, na carreira que descobri que quero seguir, no fim, no início, em tudo. Meu Deus, sábios são os indonésios. Desconfio que pensem só nas criaturas desgastantemente adoráveis!

Para saber o que pensam outras mães espalhadas pelo mundo sobre o mesmo tema, acesse o site das mães internacionais!


5 comentários:

  1. Pois é, eu tb morro de medo de ter outro menina rs!Querer eu quero, mas e a coragem?
    Bjsss!

    ResponderExcluir
  2. Morri de rir, Clarinha!!

    Em Hebraico tem um dito assim "muda-se o lugar, muda a sorte". Quem sabe no país novo o João não resolve dormir melhor e ai vcs se animam pro segundinho?

    Beijo!

    ResponderExcluir
  3. Legal, Clara! Vc delineou bem a situação, entendi tudo. Zero floreios. Eu também muitas vezes vejo-me perguntando se não complico demais as coisas e que um pouco de simplicidade cairia bem. É meio que uma busca pelo equilíbrio, nem sem reflexão, mas também sem muita. Enfim, de um jeito mais fácil do que o que estou habituada.

    Bjs,

    Michelle

    ResponderExcluir
  4. Descobri hoje esta blogagem...tô curtindo passear pelos blogs....
    Bj bonita

    ResponderExcluir

Comente aqui!