sábado, 26 de março de 2011

Viagens, nove meses e uma mãe que continua descontrolada

Pois é, nós demos uma sumidinha. Aproveitamos recesso do Pedro, viajamos, cansamos e achamos Jacarta uma beleza ao voltar pra casa. No meio disso tudo, o menino completou nove meses. E eu dei uns chiliques pra não perder o costume. Foi assim:

Lombok
Depois da frustração com as praias vagabundas de Bali, eu não quis nem saber: arrastei namorido, filho e até babá para o fim do mundo mais próximo. Pegamos avião xexelento, segurei na mão do pai do menino pra ele não desmaiar de agonia ao ver as capenguices da aeronave, briguei com o aeromoço pra peloamordedeus ligar  logo o ar condicionado e partimos para um lindo lugar com vulcão ativo e terremoto à vista.

Uma hora e meia de vôo apreensivo, mas sem turbulência - chegamos. Desembarcamos no mini-aeroporto. Calor insuportável. Biquininhos precisavam esperar pela área turística. Paramos numa simpática pousada. Ficamos amigos de todo o staff e pegamos gripe depois de uma noite sob intenso ar condicionado com cheiro de cigarro. Usamos uma mistura de portugues-espanhol-italiano para arranhar uma conversa com os funcionários acostumados a gringos europeus e desistimos de ensinar a pronunciar João. O menino virou Ronaldinho mesmo.

Viajamos para ilhas desertas, lugares badalados com meninas de topless, nadamos em águas cristalinas e vimos peixes coloridos, sem saber usar equipamento de mergulho. Passamos uma manhã inteira sem o menino e voltamos com saudades de uma semana. Largamos a pousada rumo a um lindo resort onde fomos perseguidos por meninos vendedores de côcos, braceletes de côcos, esculturas de côcos e outras coquices.

Visitamos mercado de frutas, andamos à tôa pela praia e, enquanto o pai ficava de bobeira na piscina, a mãe organizava um barraquinho ali do lado, no restaurante do hotel. Mas é que, vejam bem, meus amigos, mãe, mesmo chiliquenta, tem sempre razão. Disseram que fariam comida para o menino, que teriam verduras fresquinhas e que a mãe ficasse na piscina tranquilinha com o pai. Fizeram uma porqueira de gororoba incomível. Fizeram outra pior ainda mais tarde.

Diante do filho faminto e chorão e mãe sem leite suficiente para o bebê grandão, mãe entrou no modo fúria. E lá foi com rolo de amassar pão em punho e prato de comida quase intocado nas mãos ao restaurante. O gerente sentiu cheiro de encrenca (ou foi da sopa de abacate com repolho?) e foi conversar com a barraqueira que logo se adiantou: "Meu amigo, o senhor comeria isso aqui? Eu quero que o senhor prove e me diga". Mas o moço ficou com medo de morrer envenenado e não provou coisa nenhuma.

A mãe reclamou, reclamou e no final das contas, o gerente - que a princípio não queria sequer que a mãe passasse pela porta da cozinha -, abriu o recinto para a barraqueira e colocou tudo e todos a postos para uma aula de culinária para bebês! O menino comeu e repetiu.

Vocês estão brincando que eu vou ter que usar esse chapéu?


João ainda chafurdou na areia, usou chapeuzinho de agricultor chinês, botou os pezinhos no mar e foi enfiado em mais alguns aviões antes de voltar pra casa definitivamente.

Singapura
Do super resort de Lombok, demos uma rápida passada por Jacarta, largamos babá e voamos para Singapura. Pelo dobro do preço do resort de Lombok, nos abrigamos numa espelunca bem localizada na cidade-estado maravilhosa do sudeste asiático. Resumo da ópera: Passeamos, gastamos mais do que temos e descobrimos, mais uma vez, que ricos somos apenas nas bandas indonésias, demos vacina no menino e voltamos pra casa. Cansados e felizes.

Menino com nove meses:
Peso: 9,5 kg
Tamanho: 74 cm
* Muitas novas criancices gostosas, engraçadas e super cansativas. Quem dá conta de um bebê engatinhador, subidor de móveis, mexedor?

9 comentários:

  1. Essa semana o namorido comentando sobre a possibilidade de mudar pra algum canto eu ja logo disse "Nada de Africa ou Asia", mas ai, agora vc contando penso que talvez, quem sabe, ate seria possivel por uns seis meses um ano! =)
    Sem duvida eu teria ido parar na cozinha do restaurante FACIL FACIL, alias, levaria meu filho com seus berros de fome pra berrar na orelha do povo, certeza que eu nao precisaria nem pedir acesso! hahahahha

    Joao é lindo hein e haja paciencia pra essa fase de "mexedor" deles, o daqui de casa começou cedo!

    Beijocas e bom fds!

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  2. Acho que o melhor é ser avó. Já passei por isso tres vezes e como avó de tres é só felicidade.
    Sou vovó do João também,tia-a vó e mais velha que avó, ne?
    posso ajudá-la.
    Amo essa familia.
    O primeiro filho é mais difícil, os proximos você terá menos trabalho.
    Pai presente é ótimo.

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  3. Quem dá conta de um bebê engatinhador, subidor de móveis, mexedor?

    EU DOU! EU DOU! EU DOU!

    Manda prá mim?

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  4. Heheheheh, a gente não aguenta a vida sem esse bebê impossível!

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  5. ah, mas da próxima vez quero conhecer esse fofo do joão, menina!
    e quanto ao seu telefone - desaprovado! - pode aposentar ou dar pro joão morder (eles adoram, vc sabe...)
    beijos, agora vc tem meu numero!!

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  6. Maria Clara, você acha que um bebê engatinhador e explorador dá trabalho? Hahaha, faz-me rir. Imagina quando ele estiver andando que nem robozinho e mirando a cabecinha em todas as quinas de mesa. Mas você vai dar conta sim, não se preocupe.
    Maisha está em uma fase divertida e gostosa. Não desliga um segundo e agora virou cantora! Até o hino nacional ela já arranha as duas primeiras fases, do jeito dela. Morrro de rir do jeito que desafina. Me divirto demais com a garotinha.
    Última coisa, sobre a dúvida da Ingrid, acho que em alguns países da Ásia e África, seus filhos podem ter muito mais liberdade do que no Brasil até, ou mesmo em países da Europa. Depende mesmo é das condições em que vocês vivem ou viajam... Só tem que preocupar mesmo é com a saúde dos pequeninos. Se tiver uma estrutura mínima, acho que vale a pena investir sim.
    Só de ver as fotos da Maria Clara, o Pedro e o João... São inspiradoras!

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  7. Olá, tudo bem?

    Meu nome é Cíntia, trabalho na revista Crescer e peguei o seu contatos pelo mães internacionais.

    Estamos fazendo uma pauta para as próximas edições e queremos contar como é a vida de uma mãe brasileira no exterior. Vamos pegar mulheres em vários países. A ideia é falar das dificuldades, do que é bom, dos choques de cultura e como a mãe faz para balancear o que aprendeu aqui no Brasil e tinha como referência com a realidade de outro lugar.

    Se você topar, vou precisar conversar por telefone, mas não é nada urgente, tenho tempo para fazer as entrevistas, no melhor horário para vocês.

    Também se topar, preciso que nos mande fotos para publicarmos na revista.

    Aguardo contato e, se puder, me conte já um pouquinho da sua história (porque foi morar fora, quantos anos tinha quando oi, se já era casada, se já tinha filhos, e há quanto tempo está fora e quanto tempo pretende ficar – se pretende ou não voltar ao brasil)


    Um beijo e obrigada!



    Cíntia Marcucci
    Editora-assistente de comportamento
    Revista Crescer
    cgracia@edglobo.com.br
    www.crescer.com.br

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  8. Quantas aventuras! O Téo até viaja muito, mas perto do João... não dá nem para comparar! Hehe...
    Essa fase de subir em tudo, tentar andar, cair,chorar, levantar, subir em tudo, tentar andar, cair, chorar... é mesmo cansativa! Estou contratando uma babá. Não dei conta de conciliar o papel de mãe em tempo integral com doutorado e as aulas que eu dou!
    Bjs para vocês!

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  9. Dona Maria!!!
    Consigo taaaaaaaaaaaaaaaaaaanto imaginar você invadindo a cozinha com óóóóóódio do povo ruim de roda, ou de comida kakakakaka. Que saudade enorme!

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