sábado, 25 de fevereiro de 2012

Porque matriculei meu filho de 16 meses na escola - pontos negativos e positivos

Avós, tias e tios, tios-avós, bisavós, vizinhos-avós. Todos os palpiteiros de plantão na educação do seu e do meu filho, no final das contas, contam muito para formar uma boa rede de apoio na hora de educar meninos e meninas insones. Aqui, não temos nada disso. Ninguém para explicar a melhor hora de apresentar o pinico, para recomendar aquele médico atencioso, para ficar com o moleque enquanto vou ao mercado ou só ali ao banheiro. A internet ajuda, mas não resolve a necessidade física de dividir o trabalho. Então, uma boa babá e uma boa escola calham bem.

A escola, além de oferecer atividades a uma criança desesperadamente ativa, ainda coloca o menino em contato com outras crianças. Mas, por outro lado, aquele amiguinho tão importante pode ser a fonte de novos vírus e bactérias. Pode não, é! Há quatro meses na escolinha, João não passou uma única semana totalmente saudável. Sempre está com tosse, nariz escorrendo. E uma vez por mês nos apresenta alguma nova virose ou a velha bronquite que não dá trégua.

Mesmo assim, insistimos na escola. Eu sei que ele gosta de lá porque quando vamos, ele vai tranquilamente no colo da professora e já ameaça interagir com os colegas. É bem legal ficar espiando uns minutinhos - ou muitos minutinhos. De modo que eu resolvi seguir com ele na escola, mas, não sem antes colocar no papel os pontos negativos e positivos:

Negativos:
1 - Ele fica doente sempre e a gente não tem um pediatra de confiança;
2 - A escola é longe de casa;
3 - O lanche parecia a princípio algo elaborado e voltado às necessidades nutricionais das crianças, mas percebi que em geral é um monte de porcaria cheia de sódio;

Positivos:
1 - A escola tem programas muito bem definidos para diferentes fases da vida da criança. João está matriculado na turma dos toddlers, com crianças entre 1 e 2 anos. Nas outras que visitamos, crianças entre 1 a 4 anos ficavam misturadas. Achei a diferença de idade muito grande e os pequenos acabam ficando prejudicados porque precisam de mais ajuda para comer, se vestir, trocar fralda e brincar;

2 - No programa educativo, as crianças não têm que ficar sentadas assistindo aulas. Elas têm tempo para brincar no parquinho, ler historinhas e todas as atividades são lúdicas e ajudam na socialização e na coordenação motora. Eles aprendem a sentar na mesma mesa juntos, a dividir o lanche, a lavar as mãos. Eles aprendem as cores ao empilhar cubos coloridos; fazem atividades de pintura, aprendem músicas, são apresentados a instrumentos - de brinquedo - brincam de pular, rodar, cair na espuma.

3- Tem um parquinho ao ar livre com brinquedos bem apropriados à idade dele, cum uma rampinha para ele aprender a subir e descer, com números gigantes para rodar, mesinhas com água e areia. Ele adora e, apesar de o espaço ser pequeno, isso aqui em Jacarta é raro. Bom é que ele passa uma hora todo dia quando chega à escola.

4 - A disposição dos móveis e brinquedos na sala é pensada para atender os meninos e meninas. Tudo na altura da criança, que pode facilmente escolher se quer brincar de carrinho, de boneca, ler um livro, explorar um instrumento musical. Mas não é sempre que eles ficam livres para brincarem do que querem. Há uma hora reservada para isso. Em outros momentos, eles têm que seguir a professora.

5 - Recebemos comunicação diária das atividades da criança na escola com informações sobre as brincadeiras preferidas da criança e sobre o comportamento dela naquele dia: contente, cansada, triste, questionadora, ativa, etc. Sabemos também se comeu pouco, muito, mais ou menos, se fez cocô ou xixi e quando foi isso. É legal pra ajudar a identificar se a criança está constipada, se precisa comer mais em casa, etc.

6 - Os trabalhos das crianças ficam expostos na sala e nos corredores. É lindo!

7 - Podemos ficar espiando o menino com mais conforte e sem risco de ele nos descobrir, hehe. Tem um monitor que mostra cenas de todas as salas de aula em tempo real.

8 - O menino gosta! Ele está há quatro meses na escola. Hoje, João tem 20 meses.

Por enquanto, achamos que o saldo é positivo.

"Meu filho que fez!"
Mãe orgulhosa do filho cantor!
O menino canta!
Estantes feitas para as crianças!

5 comentários:

  1. sempre que peso as vantagens e desvantagens de colocar na escola, sempre dá positivo para a escola, especialmente quando a projeto pedagógico do ensino infantil prioriza a infância e dá pouca ênfase a conteúdos e disciplinas. o momento é de interagir e de aprender as regras de estar entre outras pessoas. que bom que ele se adaptou rápido, as doenças passarão, pois ele estará mais resistente em pouco tempo.
    beijoca

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  2. Eu quero ver o João cantando! Maria Clara, minha prima de Boston que tem dois filhinhos pequenos, um quase da idade do João, também tem o mesmo problema que você. Só vejo ela postando no Facebook que as crianças chegaram com um novo vírus, que toda a casa tá doente... Não sou mãe, mas acho que é assim mesmo, eles estão criando as defesas deles. O chato é você não ter um pediatra que você confie, mas continua tentando. Fiquei curiosa. Em que língua a professora fala com ele? Inglês?

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  3. @Pois é, Mariana, acho que é bem isso: é sempre mais positivo que negativo, mas é difícil pra gente superar cada doencinha. É como eu te disse lá no seu blog: parece que os pais de mais de um filho sabem lidar melhor com essas coisas. A gente ainda é muito inseguro.
    @Marina, ele cantando é muito engraçado. Ele só cante metade de cada palavra, heheh. Vamos tentar filmar. Ah, a professora fala em inglês.

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  4. Concordo com tudo, só não acho que clocar crianças de 1 a 4 anos numa mesma sala seja prejudicial, não mesmo. Ao contrário, talvez seja prejudicial para os grandes, se não tiver atividades mais elaboradas para eles, porque os pequenos são sempre os mais ajudados - inclusive pelos grandes, que aprendem a conviver com crianças menores.
    Eu acho bem legal este "método". Conheci na Cabo Frio, onde a Ciça estudou em Brasília, com o nome de verticalização. Aqui redescobri isso na escola francesa. Quando bem embasado, eu acho fantástico proporcionar isso aos pequenos.
    E não vejo a hora de a minha caçula poder ir à escola. Aqui, nenhuma escola internacional aceita bebês da idade dela e as creches eslovenas (todas do governo) são para o povo daqui, acho errado eu pegar a vaga de uma mãe que trabalha (na verdade, nem sei se poderia).
    Beijos
    P.S. Impossível comentar aqui com este verificidaor de palavras bizarro, tive que colocar mais de 5 vezes. Eu e a Mari (acima) vamso começar uma campanha contra eles, vamos desabilitar isso!!

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  5. Paloma, concordo que pode ser positivo misturar as idades das crianças. Vi um documentário francês fantástico sobre isso - putz, parece mentira, mas esqueci o nome do filme! O problema é que não senti que seria bom para João agora - pelo menos nas escola que testamos (eu e ele). Testamos umas cinco antes de escolher e todas as outras não escolhidas NAO tinham um espaço específico para trocar a fralda. Tinham banheiro para criança, mas nenhum trocador ou pelo menos um lugar para isso. Não tinham também lugar para tirar um cochilo. Em alguma, os móveis não estavam adaptados à criança pequena, como as cadeiras - sem lugar para repousar os braços (João costumava se distrair e cair para o lado sem isso). Também reparei que os brinquedos dos parquinhos - quando para crianças maiores - assustavam muito João. Em uma escola, ele ficou apavorado com o escorregador e os balanços. Enfim, detalhes que, no fim, acho que tornam a vida dele bem mais confortável na atual escola. Ele se sente mais seguro e eu precisava sentir que ele iria se misturar com as crianças com mais facilidade e menos temores!

    Sobre o verificafor de palavras, vc tem TODA razão. Já desabilitei essa porcaria mais de uma vez e ele volta. Como é possível?

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