sexta-feira, 18 de março de 2011

Blogagem Coletiva - Parto (na Indonésia)

A comunidade expatriada corre para Singapura em atenção a qualquer sinal de mal estar físico. Não é para menos. Muitas são as histórias de médicos que fazem diagnósticos errados, que aparentam (ou mostram mesmo) sinal de despreparo total e – o que é pior – de ignorânica ao atender um paciente.

Em casos de gravidez, é difícil encontrar uma grávida estrangeira que confie no sistema de saúde indonésio. A maioria das mães gringas de bebezinhos vieram com os filhos pequenos para cá - como eu - ou... Correram para Singapura. 
Asti economizou para pagar o parto no hospital que escolheu
Bem, a contadora Asti Pusbasari, 33 anos, mãe de três filhos, não correu para Singapura. Ela é indonésia e para ela essa possibilidade nem passou pela cabeça. Assim como a maioria das indonésias – isso é muita gente, imagine que o país tem cerca de 150 milhões de pessoas – Asti  passou por todo o pré-natal e parto, durante as três gestações, no país em que nasceu e em que vive. O filho mais novo tem quatro anos. Os outros dois, sete e seis. 

Mas, diferentemente da maioria das indonésias, Asti pôde escolher como, onde e com quem seriam feitos os partos. Ela contou como tudo aconteceu na caso do caçula – do parto dos outros Asti diz não se lembrar muito bem dos detalhes. Ela assegurou que todos nasceram sem intervenções cirúrgicas ou anestesia, de parto normal. Prática corriqueira no país, segundo ela.

“Prefiri um hospital especializado em mulheres e crianças e ser atendida por uma médica mulher”, contou. Ela disse que só foi para o hospital quando estava com contrações fortes a intervalos regulares de menos de cinco minutos. Até aí, nenhuma novidade.

Mas, ao chegar, ela foi logo levada para o quarto onde permaneceria até dar a luz e não teve de agüentar a lengalenga do processo de internação sentindo dores. Enquanto a enfermeira media a pressão, checava a dilatação, etc, o marido preenchia a papelada. Asti estava focada exclusivamente em seu trabalho de parto. Depois de cerca de cinco horas, a obstetra chegou para auxiliar no período expulsivo.

Passado o esforço e bebê nascido, só aí a mãe foi levada para outro quarto, em que ficaria três noites até ser considerada totalmente recuperada. Em geral, no Brasil, o período de recuperação no hospital é vapt-vupt. O meu foi um dia e uma noite.

O bebê, logo depois de nascido, foi levado para berçário, não sem antes passar por todo aquele pucha-empurra-mede-pesa-limpa. 

“O que mais gostei foi que eles me ofereceram um cursinho de amamentação e me ajudavam sempre que o bebê precisava mamar”, destacou e me fez morrer de inveja! Muito melhor assim, imagino, do que um curso antes de o bebê nascer com um boneco e com o peito sem leite dado na maior parte dos hospitais brasileiros.

“Uma enfermeira também foi até minha casa, depois de dez dias do parto para ver como estava a minha recuperação”, adicionou. Já eu, senhor leitor, tive que dirigir uns 30 quilômetros no mínimo, subir uns dois lances de degraus e esperar um par de horas para ver a médica e tirar os postos da cesária. Aff.

Por toda essa atenção, Asti teve de economizar e pagar do próprio bolso. “Acho que foram sete ou oito milhões na época", calculou. Isso signica algo entre U$700 e U$800.  Para os padrões indonésios, é muito caro e acima do poder aquisitivo de grande parte da população.

“Existe sistema público, mas é muito lotado e nem sempre tem vaga. Além disso, queria ter o bebê num hospital perto de casa”, esclareceu. A distância é realmente fator determinante numa cidade com fama (merecedíssima) de ter os piores congestionamentos do sudeste asiático. 


Veja as outras postagens da Blogagem Coletiva

5 comentários:

  1. Clarinha, q intresaante a experiencia dela. Tudo bem natural. Aqui na Italia tb é assim, a mulher é logo encaminhada p um quarto, papelada so no dia de ir embora..Nòs normalmente somos mt assustadas com a historia do parto, mas acho q o certo é assim, tudo muito tranquilo, ja que a natureza tem um curso para terminar com final feliz. No entanto, sempre temos a com a gente as exceçoes..

    ResponderExcluir
  2. Clarinha, essa historia de distancia realmente é um problema, e super injusto. Aqui, onde as coisas deveriam ser "corretas" tb estamos começandoa ter problemas de distancia.Fecham os hospitais/maternidades pequenos para se unir a grandes polos médicos e grandes infraestruturas. Acho que o modo e meios de acolher nossos filhos não é facil na maioria dos paises. beijao:)

    ResponderExcluir
  3. tô te ligando, e a singtel diz que o numero está fora de área!!!! já mandei mensagem também, cê tá recebendo email?

    ResponderExcluir
  4. se der, me manda uma mensagem dizendo se eu coloco o 0 na frente do 82, o que será que eu tô fazendo de errado??
    #feelingstupid
    mine, cing 82015714

    ResponderExcluir
  5. Ohohohoo!! Quer dizer que teremos um post sobre o encontro de blogueiras em SINGA?? Que legal!!!
    Clarinha, achei interessante vc pegar o caso dessa mulher que teve o seu bebê de forma tranquila. E do amparo que ela teve apos o parto para auxiliar na amamentação. Eu imagino como deve ser uma maternidade lotada, com mulheres nos corredores esperando a sua hora. Dureza quando o pais não tem um bom sistema de Saude. E mais ainda, se a mulher quer ter filhos e não pretende tê_los em hospital publico, ja sabe que tera que guardar dinheiro para um dia pagar todo o atendimento...
    Ah, não sou formada em jornalismo não!!! Mas em direito : ) Mas sbe que ja me falaram um dia que eu deveria ter feito jornalismo (!!) e o seu comentario so me fez lembrar disso!!
    Beijos querida e boas gargalhadas com a Rô : )

    ResponderExcluir

Comente aqui!