sexta-feira, 20 de abril de 2012

Os terríveis dois anos!


O menino grita, esperneia, se joga no chão. Lambe o chão. 

Ele joga toda a comida no chão. Joga o prato no chão. Acho que anda de conluio com o chão. 

Bate, morde e acha a maior graça. Não tem graça. E ele ri. 

Vai para o canto do castigo. E brinca no colo do castigo.

A mãe está descontrolada. Alguém aí?

*********

A verdade, caros amigos, é que eu não nasci mãe. Por mais livros que leia ou conversas virtuais com queridas companheiras de maternidade expatriada, estou sempre muitos tropeços a frente da experiência - aquela qualidade tão rara que só as mães que já são avós parecem ter.

Saber que eu sou uma pessoa completamente impaciente, imperfeita e muitas vezes agressiva não diminui a frustração de tentar educar e morrer na falta de educação. Depois de colocar de castigo milhões de vezes, o menino continua mordendo, jogando a comida longe e lambendo os chãos sujos da capital indonésia. Pode rir para não chorar.

Ter que melhorar a cada dia, a cada instante, parece um desafio muito engrandecedor. Mas, ao longo do processo, é bem cansativo e pouco recompensador. Mudança já. Resultado a longo prazo. É pesado saber que você é modelo de alguém e precisa fazer de tudo para essa pessoinha ser melhor que você. Começando ontem, ou melhor, há 22 meses. Mas como eu vou ensinar a ser uma coisa que eu nem conheço? 

Melhorar, melhorar, melhorar. Contar até 250. Não gritar demais quando receber uma dentada. Menos nãos, mais distração. Alguns dos meus mantras cotidianos. 

E ainda confio nos livros. Comecei a ler How to talk so kids will listen & Listen so kids will talk, por indicacão de outras mães desesperadas. Algum outro conselho?

12 comentários:

  1. Clarinha em casa o que nos ajudou foi a Crianca mais felis do pedaco ler algo de Winnecot e desenvolvimento infantil ajudaram a entender melhor o comportamento e a lidar com ele. Mais tarde te mando links que podem te ajudar.
    Bjs

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    1. Neda, já estou dando uma olhada nos links. Muito obrigada! :)

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  2. Maria Clara, quando a gente achava que já tinha passado por tudo, vem essa fase. Putz! É uma das mais difíceis que enfrentei da Ana. Violência, violência, violência. Qualquer coisa, ela queria resolver no tapa. Fiquei enlouquecida, tive vontade de pirar e me jogar no chão também. De sair de casa e deixar ela falando sozinha, durante umas duas horas, para espairecer. Já houve crises graves em que só um exorcismo parecia funcionar. Joga no banho frio! Descabelamento de mãe! Eu sou muito paciente, mas vou te dizer que não foi nada fácil. E o mais difícil é que a gente tem sempre que ser o adulto da relação. Sempre! No caso de mãe solteira, então, acho que é de se descabelar. Msa olha, o único consolo é que essa fase passa. E passa mesmo. De um dia para o outro, a criança acorda entendendo que birra, mordida, tapa não resolvem a sua vida. E entra na base do diálogo. Ai, que maravilha! A Ana Maisha entrou no mundo da fantasia, agora. Vive historinhas, delira, conversa sozinha, conta histórias para si mesma (ou para os amigos imaginários) e quase não dá mais piti! Ufa!!!

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    1. Pois é, é muito difícil ser o adulto da relação! Caramba, não sabia que eu era TAO infantil! Ai, que bom que passa. Não vejo a hora de João passar por ela, hahah!

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  3. Nossa, criança é tudo igual.Andre já teve essa fase. Vai passar e uma hora ele aprende que morder e lamber o chão não é legal. Continue com os castigos e tenta ficar séria com ele nessas horas. Bjs

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    1. Você falou uma coisa importante: ficar séria. Tem horas que dá vontade de sair correndo, outras de dar uns cascudos e tem hora que dá vontade de...rir! Outro dia Pedro colocou o menino de castigo e ele ficou imitando o pai. Foi muito engraçado. É um palhacinho mordedor!

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  4. Ah, depois do desabafo, vamos às dicas. As professoras da escola me orientaram muito a fazer 'projetos' com a Maisha, que nem os que eles fazem na escola. Para que serve a mão? Para que serve a boca? Fizemos vários desenhos, recortes, colagens, vídeos no youtube, que mostravam mãos e bocas para mostrar todas as suas funções. E para que NÃO SERVE A BOCA? Morder a mamãe, cuspir, falar palavra feia (Sim, vai chegar o momento do xingamento, também!, ainda que seja 'Maria do Pum!' kkkkk). Para que serve a mãozinha e para que não serve? Olhar firme, olho no olho. Dica da super nanny de abaixar para falar com ele, com muita firmeza. Explicar os sentimentos. Dizendo que você está triste, chateada, decepcionada. Ou dizer que você está orgulhosa quando ele faz uma coisa legal - e que não fica orgulhosa quando ele bate, briga, se joga no chão e por aí vai. Diz que um dia ele vai aprender que isso não resolve as coisas. O 'dar as costas e sair' às vezes resolve, mas acho que era com as crianças de antigamente. Com a Ana, nem sempre funcionou. Já teve vez dela vir atrás, berrando e puxar a minha roupa, essas coisas. Raiva descontrol mesmo. E além de tudo isso, tem que ver o que o deixa mais frustrado e tentar diminuir esse sentimento. Sei lá, sono em excesso também pioram bem as coisas, né? Distrair com outra coisa é a máxima, mas geralmente tem de ser feito antes de ele perceber... No mais, é paciência, paciência e mais paciência! A ajuda dos outros adultos em volta também é muito importante. Babá, pai, tios, professoras.. Todos eles são seus aliados nos momentos de piti. E, olha, vai passar. Vai mesmo. Coragem e paciência! Beijos

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    1. Ai, Flavinha, esse negócio de ser mãe dá trabalho demais! A gente não tem ideia até passar por isso. Olha, gostei dessa dica dos projetos! Vou tentar fazer aqui em casa. Beijo

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  5. Clarinha, muita paciência! Sei que é uma fase super difícil (estou com um de 4 anos e outra de 2), que nos leva a conhecer e ampliar os nossos limites a cada dia e a cada experiência desesperadora. A primeira coisa que me ajudou foi acreditar que eles não faziam ou fazem isso com o objetivo de me provocar ou me testar, apesar de me atingir.
    Isso é uma fase e você está nela porque ele precisa de alguém que o ajude. E não há, no mundo, ninguém melhor pra ajudá-lo que você.
    Beijos!
    Léa (amiga do Pedro)

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    1. Oi, Léa. Obrigada pelo conselho. Você tem toda razão, eles não fazem para nos provocar, mas para chamar atenção, eu acho. João sempre morde ou bate quando está frustrado. Acho que ele fica muito impaciente por não conseguir falar tudo que quer. Aí dá uma mordida pra mostrar que não está gostando de alguma coisa. É difícil, mas eu estou tentando ser uma pessoa paciente e controlada! Beijo

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  6. Ai, Marie... esses dias minhas gatas pegaram uma mania terrível de trazer ratos para dentro de casa. Já foram quatro ratos (e contando). Fui ao veterinário e ele me disse que os gatos, no ápice do seu bem-estar, caçam e trazem a presa para o dono. Vivos, os ratos, tinham que ser mortos por mim. Terrível a situação. Era uma deferência da parte delas - elas queriam me alimentar. Para mim, era a pior coisa que podia acontecer. Chegar em casa e ter que matar um rato - às 22h - depois de ter trabalhado, estudado e malhado. Enfim... me peguei em desepero mesmo. Falei: Porra, Ana, a esta altura do campeonato, suas amigas falam de filhos e você não consegue criar um gato? me senti inútil. Chorei. Mas depois pensei que aquela situação era um exercício para minha tolerância. Não é só colocar comida, dar vacina e achar bonitinho, sabe? é isso que o amor ensina, né? paciência, ainda que na dor. Enfim...um dia quero vir aqui contar de filhos também. Ou de coisas menos bestas. Um beijo, querida.

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  7. meu filho está tbm nessa fase,mas na verdade ele sempre foi muito nervosinho,acho q é do gênio,mas agr ta demais,uer fazer as coisas do jeito dele e a hr q ele quiser,haja paciência...dizem que a partir dos 3 melhora,tomara rsrs

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